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Rêve de La Reine eau de parfum - Arty Fragrance

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Espírito da Fragrância
Elisabeth de Feydeau além de perfumista é historiadora,  especialista  na monarquia francesa, com profundo conhecimento sobre o reinado de Luiz XVI e Marie Antoinette.
Analisando  antigos documentos encontrou o que parece ser solicitações da  imperatriz ao seu perfumista Jean Luiz Fargeon, expressando o desejo de que ele aprisionasse num balão o aroma do jardim Petit Trianon.
A história conta que ao ser coroado, após a morte de seu pai, Luiz XVI presenteou sua esposa, Marie Antoinette, (19 anos)  com o  chateau e jardim Petit Trianon,  que originalmente fora construído para a concubina de Luiz XV, Madame de Pompadour.
Solicitações da rainha modificaram  a estrutura do Petit Trianon, imprimindo ares de jardim inglês ao projeto de linhas rígidas e geométricas.  Na sequência o belo jardim ganhou na vizinhança um conjunto de edificações campestres chamado Humeau e ambos se tornaram o verdadeiro domínio de Antoinette.


A jovem imperatriz amava a natureza e a perfumaria em provável herança da infância e adolescência nos domínios austríacos, ricos,  porém menos sofisticados que a corte francesa.
Esta fragrância reflete o que poderia ser uma síntese do local... inúmeras flores, os pomares, o exotismo do Jardim Botânico, muito próximo, criado em 1759 no reinado de Luiz XV.
La Rêve de La Reine ou "O Sonho da Rainha"é uma composição floral idealizada no estilo de bouquet "mille fleurs" típico do século XVIII.
A imaginação nos leva aos roseirais da imperatriz, ao seu amado jardim em maio,  quando floresce a rosa centifolia, aos aromas cítrico e amadeirados , transportados pelo ventos, talvez temperos e condimentos das hortas de Hameau

Percepção Pessoal. 
Rêve de La Reine ...Rico, intrigante, prolixo e vintage.
A cada momento de experimentação permite uma sensação diferente.
Inicialmene desperta atenção  pelo acorde cítrico, denso, doce e picante,  evoluindo lentamente  na pele se comparado com a fragrância sobre o papel.
Interessante paralelo, como se em substrato diferente as notas saltassem afoitas.


Mais tarde, vestindo o perfume,  e assistindo uma atriz em cena dramática ambientada no século XIX, cujo traje leve de seda ondulava ao vento no alto de um penhasco, admirei-me do esvoaçante lilás e associei aos movimentos desta fragrância.
Flores brancas tingidas pela cor  intensa da rosa centifólia e finalmente subjugadas pelo seu impacto...Pensei na doçura do benjoim, no empoeirado fresco da íris, pimentas que vão e vem realçando agrestes e verdolengos cítricos...poderíamos pintar um quadro lírico e romântico com estas notas,  em variações de magenta.


Creio que suas modulações também são influenciadas pela variação climática. 
Na minha cidade, instabilidades de primavera fizeram a temperatura oscilar 12ºC à 14ºC em 1 hora de tempestade, e percebi que minha interpretação das notas igualmente se modificou
Duas possibilidades: Muda o nariz  com a mudança climática ou muda a expressão da fragrância.


Em determinados momentos o bouquet assombra, nostálgico, vintage. Noutros, em semelhante espaço de tempo evolutivo, torna-se doce, cremoso e dengoso, apesar do verde frescor, cítrico, picante e  cristalino.
Entretanto sempre foi possível entrever junto ao floral efeitos da fava tonka, doce em tênue aroma de coconut e sabonete de toucador.
Rêve de La Reine se afirma  na concepção defloral clássico.


Peculiaridades 
O frasco idealizado para a primeira fragrância pessoal de Arty Fragrance é a expressão dos desejos de Marie Antoinette. Um delicado balão estilizado concebido em tons de dourado e madrepérola finalizando no borrifador elegante sugere o conteúdo floral de jardim rico e profuso.

Ficha Técnica
Classificação: Floral, 2014
Gênero: Feminino
Perfumista: Elisabeth de Feydeau
Rastro: Intenso
Fixação: Ótima
Pirâmide Olfativa:
  • Topo - Bergamota, laranja, petitgrain, tangerina, pimenta preta, groselha 
  • Coração - Gálbano, absoluto de rosa de maio, íris.
  • Base - Citronela, cedro, madeira de sândalo, benjoim, patchuli, fava tonka, almíscar.


PS: Além de laureada historiadora, Elisabeth de Feydeau é autora ( Scented Palace: The Secret History of Marie Antoinette's Perfumer)  e participou, junto de Francis Kurkdjian,  da recriação de um perfume, possivelmente usado por Marie Antoinette,  Sillage de La Reine.


Arte Irmã: Na pintura de Jules Girardet - Le Temple de L'amour et Le Petit Trianon

* Você encontrará este produto na e-boutique da marca com entrada disponível aqui!

Imagens: Colagem de Elisabeth Casagrande, desenho de plantas de Wikipedia, imagens de Petit Trianon - domínio público, manutenção de Petit Trianon (copied), imagens de Rêve de La Reine gentilmente cedidas por Arty Fragrance.



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