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O Barato Sai Caro? - Távola 5

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- Como definir o valor de um objeto?

Existem valores distintos embutidos nos objetos que adquirimos. Pensando no quanto eles satisfazem nossas necessidades e desejos, e o custo para obtê-los  presumimos um  valor subjetivo ou qualidade percebida.
O preço do sonho.
Entretanto se analisarmos racionalmente nos deparamos com a qualidade intrínseca ou com os aspectos que lhes atribuem valor quando comparados a objetos da mesma categoria.
O valor real.
Comparando um perfume de grife com proposta semelhante, vinda da perfumaria popular, vemos que sua qualidade percebida, pode ser atribuída em parte à seletividade, conceito ou luxo, enquanto a    qualidade intrínseca se origina na concentração de ingredientes, acuidade de preparo e controle de qualidade.
Em teoria, pois frente a inúmeras decepções  com o barato e/ou caro, percebido e intrínseco,  concluí que antes de nortearmos nossa escolha  por dogmas e conceitos é necessário o crivo do bom-senso.


- O barato sai caro?

Geralmente, apesar de existirem exceções.
Apesar de não possuirmos tradição centenária  nosso mercado em perfumaria avança rapidamente. Muitas empresas grandes e pequenas se esforçam para escapar do estigma  da similaridade de clássicos europeus ou norte-americanos oferecendo novidades a menor custo.
Os famosos contratipos apresentam  diferencial monetário, porém matam a perfumaria, embotando a criatividade, acostumando o público consumidor ao segundo plano da imitação, em detrimento da singularidade..


Enquanto no lançamento  de uma fragrância original estão envolvidas dezenas de pessoas, desde  o conceito até as prateleiras, cópias andam no vácuo como os meninos de bicicleta na traseira dos caminhões.
Menor preço sim, que não compensa devido a baixa concentração de óleos aromáticos e deficiente fixação. Três ou quatro vidros duram o tempo de 1 (hum) original importado. Isto sem argumentar sobre  o aspecto não ético da cópia.
Não é minha tea cup apesar de ter experimentado vários e até, numa ou outra vez, me beneficiado da semelhança.


Porquê o sucesso dos similares e contratiposda perfumaria popular?

Principalmente pelo custo. Provavelmente em paralelo pela acessibilidade.
Devido à vários critérios da política comercial do país  fragrâncias nacionais, que em qualidade se equiparam as importadas, estão quase no mesmo patamar de custo. Altíssimo. Tanto nacionais como importadas. Principalmente se  observarmos que na Europa e América do norte grandes marcas oferecem produtos de ótimo nível a preços ( locais) muito acessíveis.
E as aqui fabricada,  de maneira geral, não seguem o mesmo  padrão de originalidade ou a diversidade de opções. Falta estímulo a inventividade  da nossa indústria. Ou sobram empecilhos.
Quanto as  tradicionais amostras ou pequenas frações... saíram do âmbito da publicidade sem ônus para o consumidor passando  para distribuição vinculada à compras vultosas,  ou sendo vendidas(!).  Adição de mais lucro, cobertura da fatia de bolo.
Da mesma forma testers que eram vendidos no e-commerce por reduzidos valores estão equiparados em preço aos frascos com tampa  e  embalagem, salvo diferença mínima.
O que resta para o bolso do consumidor? Similares, inspirados, contratipos  encontrados como fragrâncias populares a baixo preço.
Péssima realidade.


- Como se posicionar neste mercado difícil?

Procurando de coração aberto e nariz afiado  ocasionalmente encontraremos pérolas no mar de mesmices.
Despindo nossos critérios do preconceito contra a mercadoria barata, nem sempre ruim, e considerando que ocasionalmente nos deparamos com perfumes medíocres amparados por grifes famosas, o que vale é a procura minuciosa,  que permitirá separar o joio do trigo.


Trilhando neste caminho lembro prazerosamente de fragrâncias acessíveis que usei cotidianamente em muitos períodos da vida.


Serena The Perfume de Artmatic -  Frasco metalizado tubular preto, parecendo  desodorante spray, era um poderoso "americano" incensado, vendido em pequenas lojas no centro da cidade, lá pela década de 80.


Wil Musk Oil de Coty- Óleo de aroma intenso  no pequeno frasco marrom que mais parecia remédio de ervanário. Espalhava na pele doçura almiscarada e tentadora, apesar da origem totalmente artificial.


Seiva de Alfazema da Phebo - Tradicional, conhecida nos quatro cantos do país; leve e delicada trazia as lavandas para o pós banho, principalmente nos dias quentes de verão.


Tabu de Dana - Apesar da fragrância figurar em coleção, atualmente uso talco e desodorante que se prestam a coadjuvantes de inúmeros perfumes especiarados ou apimentados da velha escola. As "bombas" dos anos 80.
Mimos de outrora que comparados  aos objetos de desejo vindos do estrangeiro primaram pelo baixo custo e agradável retorno.


Esta é máxima importante, quase lei, no universo comercial: - Relação Custo Benefício.
Não? Neste caso, se possível, adote a sabedoria popular que apregoa: -Nada é caro quando satisfaz nossas necessidades.

Imagens: Meerward-apple;  Charges de Cartoon Stoc; Serena The perfume by Artmatic em imagem do youtube; Wild Musk Oil Coty; Seiva de Alfazema Phebo; Publicidade vintage Tabu Dana

* Leia o que outros autores sobre perfumaria escrevem na Távola ou Mesa Redonda!


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