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Eau de Hongrie - Minya Viktoria

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Diz a lenda que nos idos de 1370, após a morte do rei húngaro Charles Robert, sua viúva Elisabeth da Polônia, então com 72 anos,  foi pedida em casamento por um jovem príncipe polonês. A bela rainha mantinha sua aparência e juventude  com um vinagre medicinal especialmente formulado em seu benefício.


Nas versões oficiais da história Elisabeth da Polônia foi rainha regente para seu filho o príncipe Luís da Hungria que se tornou rei da Polônia.
Outra versão conta que  no século XIV uma senhora idosa solicitou ao  seu farmacêutico uma preparação para aliviar suas dores devido ao reumatismo e gota.  
A fórmula milagrosa teria rejuvenescido e proporcionado tal beleza que  o rei se apaixonou e a pediu em casamento. 
De idosa doente passou a Rainha da Hungria. 


Provavelmente a água miraculosa era um alcoolato de alecrim e lavanda. Várias receitas mais refinadas e complexas sucederam este produto.  Vinagres, águas e perfumes que adicionaram cidra, rosas, neroli, erva-cidreira, calêndula, camomila, malva e outras plantas medicinais ao elixir original.
O nome de Eau de la Reine tornou-se sinônimo de panaceia para a juventude e beleza da pele.
 L'Eau de la reine de Hongrie, alcoolato de alecrim,  hoje é considerado por muitos a primeira fragrância da era moderna.


Minya Viktoria ,  perfumista húngara,  reside há quinze anos em Paris onde desenvolve suas criações.
No início do seu curso de perfumaria em Grasse na França ouviu, ao lado dos colegas de várias nacionalidades,  um relato da lenda húngara. Justamente no primeiro dia de aula que versava sobre história da perfumaria.


Ali nasceu o desejo de refazer  Eau de Hongrie numa   homenagem a sua terra natal,  fiel ao conceito inicial de óleos e ervas medicinais . Que fosse representativa porém contemporânea, sem cair em conhecidos clichês.
A busca temática esbarrou nas famosas termas húngaras, mas os aromas relacionados a sauna  não satisfaziam ao modelo de riqueza aromática pretendida.


Inesperadamente ouviu em família uma  referência  da sua mãe ao  perfumado vinho tokaji, servido junto as sobremesas,  e  também apresentando utilidade medicinal.
Percebeu que havia encontrado o ponto de partida, e  após vários estudos e pesquisas surgiu Eau de Hongrie, fragrância com acentos de vinho licoroso, jasmim, toranja, madeira de sândalo, especiarias quentes e imortelle  ou erva-do-caril.


Este é o quinto perfume da coleção iniciada em 2013, e apesar de todos serem imbuídos de lindos conceitos seduziu-me, teoricamente, pela inspiração na lendária  "Água da Rainha da Hungria".

Ficha Técnica

Família Olfativa: Floral Oriental, 2014
Gênero: Unissex
Perfumista: Minya Viktoria
Frasco: Miklos Kiss


Pirâmide Olfativa:
  • Topo -  Vinho Tokaji, mel, limão, toranja e cravo
  • Coração - Jasmim, erva-d0-caril
  • Base - Ládano, fava-tonka, madeira de sândalo
Arte-Irmã : Na série de filmes Sissi a Imperatriz, referência a beleza e graça de Elisabeth da Austria que se tornou rainha da Húngria em 1867.
 

Imagens: Travel Size Collection (designer Miklos Kiss)-  photo Daniel Herendi
                 Minya Viktoria - photo Erdélyi Gábor
                 Élisabeth de Pologne-photo Simone Martins 
                 Kaiserin Elisabeth "Sisi" von Österreich - Wikipedia.





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